Uma doença genética é um distúrbio causado por uma ou mais alterações permanentes no DNA de um indivíduo. Saiba mais sobre tipos de doenças genéticas!
Existem diferentes tipos de doenças genéticas. Nesse artigo vamos explicar a diferença entre doenças cromossômicas, monogênicas e poligênicas.
Doenças cromossômicas
A doenças (ou anomalias) cromossômicas são variações no número ou na estrutura (forma ou tamanho) dos cromossomos.
O genoma humano é constituído de 46 cromossomos: 2 conjuntos de 22 pares de cromossomos autossômicos e 1 par de cromossomos sexuais (XX ou XY).
As alterações cromossômicas numéricas são aquelas que, de alguma forma, afetam esse número.
- Poliploidia é o termo utilizado para quando o conjunto total de cromossomos da espécie é aumentado (triploidia – 69 cromossomos, tetraploidia – 92 cromossomos). Esse tipo de alteração cromossômica é inviável em humanos.
- Aneuploidias é o termo utilizado para quando o número de algum cromossomo específico é alterado, como a trissomia do cromossomo 21, conhecida como Síndrome de Down.
As alterações cromossômicas estruturais são variações que alteram a estrutura do cromossomo e incluem: deleções, duplicações, inversões, translocações, cromossomo em anel e isocromossomos.
Doenças monogênicas
Doenças monogênicas, também conhecidas como doenças mendelianas, são condições médicas causadas por variantes patogênicas em um único gene. Ou seja, uma única alteração genética é suficiente para manifestar uma doença, sendo, em geral, altamente penetrantes.
Na maior parte dos casos, doenças monogênicas são raras, mas em conjunto somam-se mais de 10.000 distúrbios e afetam cerca de um por cento da população.
Mais da metade das doenças monogênicas se manifestam na infância e são, em sua grande maioria, hereditárias, ou seja, transmitidas de pais para filhos.
As doenças monogênicas podem ter diferentes padrões de herança, como autossômico dominante e recessivo, ligado ao cromossomo X e ligado ao cromossomo Y. Além disso, estas doenças são ocasionadas por mutações germinativas e podem ser passadas de geração em geração.
Doenças poligênicas
Doenças poligênicas são geradas pela interação de muitas variantes genéticas comuns na população que exercem individualmente um baixo impacto no desenvolvimento de uma doença. Este tipo de doença é mais prevalente na população em comparação com as doenças monogênicas.
As chamadas doenças multifatoriais são doenças poligênicas que também são altamente influenciadas por fatores ambientais, como hábitos e estilo de vida.
Devido à complexidade dos efeitos dada pela ação combinada dos múltiplos genes, as doenças poligênicas não seguem padrões de herança como as doenças monogênicas e apresentam grande variabilidade de gravidade de sintomas.

Doenças genéticas mais comuns
Síndrome de Down
Síndrome de Down, uma anomalia cromossômica comum que afeta cerca de 1/400 a 1/3000 recém-nascidos, resulta quando uma cópia extra de genes ocorre no cromossomo 21. A síndrome causa deficiência intelectual e pode afetar o desenvolvimento físico e cognitivo. O risco de ter um bebê com a condição aumenta com a idade materna.
Obesidade
A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, possui herança poligênica, e altamente influenciada por fatores comportamentais. A doença decorre do acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo e pode gerar outras complicações como doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e diversos tipos de câncer.
Câncer
Câncer é um grupo de mais de 100 doenças causadas por alterações genéticas acumuladas ao longo de múltiplas divisões celulares que prejudicam o funcionamento de um órgão ou tecido. A maioria dos cânceres (cerca de 90%) é esporádico, ou seja, causados por alterações genéticas que se acumulam durante a vida e são influenciados por fatores ambientais, como tabagismo, infecções e radiação solar.
Os outros 10% são cânceres hereditários, nos quais há uma alteração genética presente em todas as células do corpo do indivíduo. Nestes casos, a chance de desenvolver diferentes tipos de câncer ao longo da vida aumenta drasticamente.
Saiba mais sobre as síndromes de predisposição hereditária ao câncer de mama e próstata.
Doenças genéticas raras
Síndrome de Brugada
A síndrome de Brugada causa arritmia cardíaca, que pode levar a sintomas como desmaios, convulsões, dificuldade de respirar e morte súbita. A condição afeta cerca de 50 em cada 100.000 pessoas em todo o mundo e variantes no gene SCN5A são responsáveis por 15%-30% dos casos.
Neurofibromatose tipo 1
A neurofibromatose tipo 1 é uma doença neurológica que afeta o padrão de formação e crescimento dos neurônios. A doença é caracterizada por lesões de pele, como manchas café-com-leite, múltiplos neurofibromas, nódulos de Lisch, entre outros. A neurofibromatose tipo 1 afeta 33 em cada 100.000 pessoas em todo o mundo e em caráter autossômico dominante, associada a mutações no gene NF1.
Síndrome de Marfan
A síndrome de Marfan é uma doença que afeta o tecido conjuntivo e apresenta alterações oculares, cardiovasculares, musculoesqueléticas e pulmonares, entre outras. Esta síndrome afeta 20 em cada 100.000 pessoas em todo o mundo e tem caráter autossômico dominante, associada a mutações no gene FBN1.
Fibrose cística
A fibrose cística é uma doença que afeta múltiplos órgãos, principalmente os pulmões e o pâncreas. Cerca de 10 em cada 100.000 pessoas em todo o mundo possuem a doença. Ela tem caráter autossômico recessivo e está associada a mutações no gene CFTR.
Métodos de diagnóstico genético
O exame de diagnóstico é usado para identificar uma doença genética ou cromossômica específica em um paciente que tem sinais e sintomas. Os exames de diagnóstico podem ser classificados em citogenéticos (cariótipo) e moleculares, que diferem quanto ao tamanho da alteração genética que conseguem identificar.
Exames diagnósticos só podem ser realizados mediante solicitação médica.
O diagnóstico de doenças cromossômicas geralmente envolve exames genéticos, como cariótipo e hibridação cromossômica em microarray. Já os exames moleculares, como os painéis genéticos e o exoma, conseguem diagnosticar doenças monogênicas.
O diagnóstico de doenças poligênicas geralmente é realizado com exames clínicos e laboratoriais, mas pode ser complementado com exames genéticos.
Saiba mais no guia completo para testes genéticos e no post sobre a evolução das tecnologias de sequenciamento molecular.
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Revisão
Uma doença genética é um distúrbio causado por uma ou mais alterações permanentes no DNA de um indivíduo.
A doenças (ou anomalias) cromossômicas são variações no número ou na estrutura (forma ou tamanho) dos cromossomos.
Doenças monogênicas são condições médicas causadas por variantes patogênicas em um único gene.
Doenças poligênicas são geradas pela interação de muitas variantes genéticas comuns na população que exercem individualmente um baixo impacto no desenvolvimento de uma doença e são altamente influenciadas por fatores ambientais.
Exemplos de doenças genéticas incluem: síndrome de Down, obesidade, câncer, síndrome de Brugada, neurofibromatose tipo 1, síndrome de Marfan e fibrose cística.
Referências
- Genetic Disorders. Geneticalliance.
- Brugada Syndrome- GeneReviews® [Internet].
- Down Syndrome. Orphanet.
- Definição – Obesidade no adulto. Ministério da Saúde.
- Kolber P, Krüger R. Gene-environment interaction and Mendelian randomisation. Rev Neurol (Paris). 2019
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