Saiba mais sobre o filme que retratou a vida de Stephen Hawking e a doença contra qual ele lutou durante toda sua vida: a esclerose lateral amiotrófica.
Um dos cientistas mais brilhantes de sua geração, sua batalha contra uma doença rara e degenerativa que aos poucos paralisa o corpo e um romance que começa na universidade e acaba em casamento. A vida de Stephen Hawking inegavelmente merecia se tornar um filme.
“A teoria de tudo”, lançado em 2014, conta a história de como o então estudante universitário Stephen Hawking começou seus estudos sobre buracos negros e se tornou um dos mais prestigiados físicos do século XX – tudo isso enquanto lutava contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença que paralisa os músculos do organismo com o passar do tempo.
O longa foi aclamado pelo público e crítica, sendo indicado a cinco Oscars, incluindo melhor filme, e rendendo a Eddie Redmayne sua primeira estatueta dourada por sua interpretação de Hawking.
Saiba mais sobre o filme e a doença que afetou o cientista durante praticamente toda sua vida adulta.
Enredo
Em 1962, aos 20 anos de idade, Stephen Hawking já começava suas pesquisas de pós-graduação na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Logo no ano seguinte, o jovem cientista notou fraqueza e falhas frequentes nos músculos de suas pernas, o que levava a quedas e tropeços.
Após exames, Hawking é diagnosticado com ELA e os médicos o informam que ele não teria mais do que dois anos de vida. O prognóstico sombrio, infelizmente, é comum até hoje, pois apenas cerca de 25% dos pacientes de ELA sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico.
Abalado com a notícia, o físico fica depressivo e se torna recluso. Mas, com o apoio de sua namorada Jane Wilde (interpretada por Felicity Jones), que conheceu na universidade e mais tarde se tornou sua esposa e mãe de seus três filhos, Hawking continuou as pesquisas que o levariam a ser chamado de “o sucessor de Einstein”. A doença afetou seus músculos, mas felizmente não afetou seu cérebro e sua incrível capacidade de raciocínio.
A Teoria de Tudo |
O nome do filme “A teoria de tudo” é uma referência ao “Santo Graal” da Física: uma teoria que consiga unir a Relatividade Geral, explicação proposta por Albert Einstein sobre o funcionamento da gravidade no universo macroscópico, com a Mecânica Quântica, que explica as interações entre as partículas subatômicas. Hawking mudou a forma como olhamos para o universo ao descobrir que buracos negros emitem radiação – a radiação Hawking -, mas, assim como Einstein e tantos outros, não conseguiu elaborar uma teoria de tudo. Algumas das mais proeminentes tentativas de unificação da Física, como a Teoria das Cordas ou a Gravitação Quântica, continuam sendo pesquisadas, porém sem evidências experimentais. |
“A teoria de tudo” mostra Hawking ganhar fama mundial enquanto luta contra a Esclerose Lateral Amiotrófica. Apesar da progressão de sua doença ser muito mais lenta do que o usual e surpreender os médicos, a saúde de Hawking se deteriora ao longo dos anos: da dificuldade de andar, ao uso de uma bengala e à cadeira de rodas.
Seu relacionamento com Jane também é afetado e ambos optam pelo divórcio em 1995, após 30 anos de casamento. Hawking ainda viveria por mais 23 anos antes de falecer em 14 de março de 2018, aos 76 anos, após viver mais de 55 anos com ELA.
Esclerose Lateral Amiotrófica: a doença de Stephen Hawking
A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também chamada de doença do neurônio motor ou doença de Lou Gehrig, afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva, causando a morte de neurônios que controlam os músculos do organismo. Como consequência, a paralisia motora é irreversível e o paciente sofre com a perda do controle dos membros inferiores, superiores e de capacidades essenciais, como falar, engolir e respirar.
A doença de Lou Gehrig |
A Esclerose Lateral Amiotrófica ficou mais conhecida nos Estados Unidos em 1939, quando afetou o famoso jogador de baseball do New York Yankees, Lou Gehrig. Gehrig foi diagnosticado com ELA e se aposentou devido à condição aos 36 anos de idade. Ele faleceria apenas dois anos mais tarde devido às complicações da doença. |
A Esclerose Lateral Amiotrófica é considerada uma doença rara, pois afeta cerca de 1 a cada 50 mil nascidos por ano. Em até 90% dos casos, a ELA não tem causa conhecida e é chamada de esclerose lateral amiotrófica esporádica. Porém, entre 5% a 10% dos casos, a doença possui fatores genéticos hereditários, que podem ser passados dos pais para os filhos.
Sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica
Os sintomas da ELA geralmente aparecem após os 50 anos, mas também podem surgir em pessoas mais novas. Alguns dos principais sinais e sintomas da doença incluem:
A ELA não costuma afetar os sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato) e raramente atinge o funcionamento da bexiga, dos intestinos ou a capacidade de pensamento e raciocínio do paciente.
Diagnóstico e tratamentos
O diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica pode ser feito por meio de análises clínicas e exames físicos. Testes para avaliar perda de tecido muscular (atrofia), contrações involuntárias e reflexos motores podem ser aplicados, mas é importante também descartar que os sintomas sejam causados por outras condições. Para isso, podem ser feitos exames de sangue, tomografia computadorizada, eletromiografia, ressonância magnética e punção lombar.
A ELA não tem cura, mas existem tratamentos para ajudar a controlar os sintomas e a progressão da doença. Desde 2009, o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece assistência e medicamentos gratuitos de forma integral aos pacientes com essa doença, com base no que está cientificamente comprovado.
Entre as opções de tratamento estão medicamentos que buscam reduzir o dano causado aos neurônios motores, como o riluzol, que diminui os níveis do neurotransmissor glutamato. É recomendado também que os pacientes façam fisioterapia para maximizar as funções musculares e tenham acompanhamento de um nutricionista, pois há a possibilidade de perda rápida de peso.
Diagnóstico genético
Como de 5% a 10% dos casos de Esclerose Lateral Amiotrófica são hereditários, ou seja, causados por mutações que passam dos pais para os filhos, testes genéticos também podem auxiliar no diagnóstico da doença.
Entre 25% a 40% dos casos hereditários de ELA são causados por mutações no gene C9ORF72, responsável por produzir proteínas encontradas em neurônios motores e cerebrais. Outros 12% a 20% dos casos são resultados de alterações no gene SOD1. O padrão de herança nesses casos é dominante, ou seja, basta uma cópia alterada do gene para a doença se desenvolver.
A Mendelics possui o Painel de Paraplegias Espásticas e Esclerose Lateral Amiotrófica, disponível para quem tem pedido médico para fazer um exame genético, que avalia 60 genes associados a doenças do neurônio motor superior, como esclerose lateral amiotrófica e paraplegias espásticas hereditárias.
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Revisão |
Quem foi Stephen Hawking?
Stephen Hawking foi um físico e brilhante cientista que estudou os buracos negros e que no início dos seus 20 anos foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA). O que é esclerose lateral amiotrófica? A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também chamada de doença do neurônio motor ou doença de Lou Gehrig, afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva, causando a morte de neurônios que controlam os músculos do organismo. É uma doença genética considerada rara, que pode ser hereditária. Qual o enredo do filme A Teoria de Tudo? O filme A Teoria de Tudo retrata a história do então estudante Stephen Hawking e de como ele começou seus estudos sobre buracos negros e se tornou um dos mais prestigiados físicos do século XX – tudo isso enquanto lutava contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença que paralisa os músculos do organismo com o passar do tempo. |
Referências
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Ministério da Saúde. Accessed August 22, 2022.
- Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS) Fact Sheet | National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Published May 26, 2021.
- Home | The ALS Association.
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