Entenda o que é o câncer de mama hereditário e os principais mitos sobre a doença. Saiba o papel dos testes genéticos no diagnóstico e prevenção.

Câncer é um conjunto de mais de 100 doenças causadas por alterações genéticas (mutações) em genes envolvidos no crescimento e divisão celular, resultando na proliferação anormal das células e formação de tumores. 

A maioria dos casos de câncer é causada por mutações no DNA que se acumulam ao longo da vida, após o nascimento, sendo chamadas de mutações somáticas, enquanto 10% dos casos de câncer são hereditários, ou seja, causados por alterações genéticas nas células germinativas e que são herdadas de um dos pais. 

Independentemente da causa, o câncer pode afetar diferentes partes do corpo e se manifestar em indivíduos de qualquer idade. O Outubro Rosa é o mês especial de conscientização acerca do câncer de mama, o mais predominante entre as mulheres (sem considerar os casos de câncer de pele não melanoma). 

Estima-se que cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama serão diagnosticados no Brasil no ano de 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Conheça os principais mitos a respeito do câncer de mama hereditário e saiba como a Mendelics pode ajudar no diagnóstico dessa doença.

Mito: apenas mutações pontuais são associadas ao câncer de mama

Assim como as mutações pontuais (variantes de apenas um nucleotídeo na sequência de DNA), as mutações do tipo CNV (variações do número de cópias, do inglês – copy number variations) também foram descritas em genes associados ao câncer de mama, como BRCA1, BRCA2 e CHEK2, e podem levar à doença.

CNVs são um tipo de variante estrutural em que trechos do DNA variam em seu número de cópias. As CNVs podem ocorrer através de duplicações, deleções ou outras alterações, podem ser pequenas ou incluir milhares de pares de bases.

Mito: BRCA1 e BRCA2 são os únicos genes associados ao câncer de mama

BRCA1 e BRCA2 são os genes mais frequentemente associados ao câncer de mama e ovário hereditários, porém não são os únicos. Variantes patogênicas e provavelmente patogênicas em outros genes também aumentam o risco para câncer de mama. Dentre esses genes pode-se citar ATM, PALB2, TP53, CHEK2, PTEN, CDH1 e STK11.

Genes associados ao câncer de mama hereditário
Fatores não genéticos também influenciam no desenvolvimento do câncer de mama, como tabagismo, idade (+50 anos), consumo de bebidas alcoólicas e densidade das mamas.

BRCA1

O gene BRCA1 (do inglês: breast cancer type 1) foi identificado em 1990 pelo grupo de estudo da Dra. Mary-Claire King, que revolucionou os conhecimentos no campo da oncologia e da hereditariedade acerca do câncer.

Mito: a penetrância das variantes associadas ao câncer de mama é a mesma

A maior parte dos casos de câncer de mama hereditário ocorre devido a variantes patogênicas ou provavelmente patogênicas presentes em genes de alta penetrância, como BRCA1, BRCA2, CDH1, PTEN e TP53. No entanto, outros genes, de moderada e baixa penetrância, como ATM e CHEK2, também têm papel importante no risco genético de câncer de mama. 

Mito: alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 causam apenas câncer de mama e ovário

Variantes patogênicas e provavelmente patogênicas nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco para desenvolver câncer de mama e ovário hereditários, mas também estão relacionadas ao aumento do risco de câncer de próstata (nos homens), pâncreas e melanoma (no caso de BRCA2).

Demais genes relacionados ao câncer de mama, como TP53, PTEN e CDH1, também estão associados ao surgimento de tumores em outros órgãos. Alterações genéticas no gene TP53, por exemplo, estão associadas à Síndrome de Li-Fraumeni, condição na qual há um aumento nas chances de desenvolver sarcomas, tumores no cérebro e leucemia.

Mito: variantes associadas ao câncer de mama são herdadas apenas do lado materno

Alterações genéticas em genes associados ao câncer de mama podem ser encontradas tanto em homens quanto em mulheres e podem ser herdadas tanto do lado materno quanto do lado paterno

Apesar de ser mais raro, o câncer de mama também ocorre nos homens: a incidência é de cerca de 1 caso a cada 100 mil homens. Mutações no gene BRCA1 e, sobretudo, no gene BRCA2, aumentam consideravelmente as chances de desenvolver câncer de mama e de próstata nos homens.

Mito: um resultado negativo em um exame genético para câncer significa que o indivíduo nunca desenvolverá a doença

Um resultado negativo para os genes analisados em um teste significa que não foram encontradas variantes genéticas associadas ao aumento no risco de desenvolver câncer de mama. No entanto, não significa risco zero ou ausência de risco, já que existem outros genes e outros fatores, que não apenas genéticos, que podem estar relacionados à doença. 

Além disso, é importante ressaltar que a comunidade científica constantemente descobre novas variantes associadas a doenças. Um resultado negativo pode ser revisto após um tempo, incorporando os novos conhecimentos.

Mito: um resultado positivo em um exame genético para câncer significa que o indivíduo certamente desenvolverá a doença 

Um resultado positivo em um teste genético significa ter uma variante associada a um risco maior de desenvolver o câncer de mama, em comparação com a população em geral (indivíduos sem a variante patogênica/provavelmente patogênica). No entanto, isso não significa que, com certeza, o câncer irá se desenvolver. 

Além da penetrância, que varia entre os genes e as variantes, outros fatores influenciam no risco de desenvolver câncer de mama. Assim, um indivíduo pode ter uma variante associada a uma chance aumentada de desenvolver câncer, mas ao longo da vida não desenvolver a doença.

Mito: um indivíduo com resultado positivo em um exame genético para câncer de mama, que já teve a doença, nunca mais desenvolverá outro tumor

Indivíduos com alterações genéticas relacionadas a síndromes de predisposição hereditária ao câncer, como a Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditários, apresentam chances aumentadas para o desenvolvimento de múltiplos tumores ao longo da vida. 

Assim, o resultado do teste genético se mostra uma ferramenta importante, pois possibilita rastrear o desenvolvimento de novos tumores e do médico indicar as melhores estratégias de prevenção e tratamento.

Mito: testes genéticos para câncer de mama devem ser feitos apenas se mais de um indivíduo na família apresentar câncer 

Testes genéticos que detectam variantes patogênicas e provavelmente patogênicas associados ao câncer hereditário são recomendados em algumas situações específicas e não se resumem apenas a esse critério.

As recomendações para a realização de um teste genético são baseadas em critérios de histórico familiar (1º, 2º e 3º graus) e/ou clínicos, e consideram principalmente as diretrizes do National Comprehensive Cancer Network (NCCN).

Alguns fatores podem indicar ao médico a necessidade de realização de um teste genético:

  • idade do aparecimento do tumor (≤ 45 anos), 
  • presença de tumor bilateral ou mais de um tumor primário na mama, 
  • tumor de mama triplo negativo em mulheres com < 60 anos, 
  • forte histórico familiar de câncer de mama (familiares de 1º, 2º e 3º graus diagnosticados), 
  • histórico familiar de outros tipos de tumores (câncer de ovário, por exemplo), 
  • familiar do sexo masculino com câncer de mama. 

Todo teste genético deve ser solicitado por um médico, que melhor compreende se há necessidade da realização dos exames genéticos de diagnóstico. 

Testes genéticos para câncer hereditário na Mendelics

Os testes genéticos são ferramentas importantes para médicos e pacientes, pois possibilitam identificar alterações genéticas que aumentam o risco para câncer de mama hereditário. 

Os resultados dos exames genéticos podem servir como base para estabelecer as melhores condutas para o rastreamento precoce do câncer, escolha dos melhores tratamentos e aconselhamento genético.

A Mendelics oferece diferentes testes genéticos para o diagnóstico de câncer de mama hereditário.

O Painel de Câncer de Mama e Ovários Hereditários da Mendelics faz o sequenciamento completo e analisa CNVs de 37 genes que estão associados ao aumento no risco de desenvolver câncer de mama.

Já os exames MLPA de BRCA1 e MLPA de BRCA2 permitem identificar microdeleções e microduplicações, que podem ser responsáveis por cerca de 10% dos casos de alterações nesses genes. O MLPA também pode ser feito para outros genes associados ao câncer de mama hereditário.

Através de tecnologia avançada, uma equipe altamente especializada e 10 anos de experiência em análises genéticas de câncer hereditário, a Mendelics oferece as melhores ferramentas e análises para tornar o diagnóstico genético rápido, preciso e acessível

Câncer de mama: se é hereditário, é na Mendelics.

Quer saber mais sobre os exames da Mendelics? Deixe sua pergunta nos comentários abaixo ou entre em contato com a nossa equipe pelo telefone (11) 5096-6001 ou através do nosso site.

Revisão

Todo câncer de mama é hereditário?

 

Não, cerca de 10% dos casos de câncer de mama são hereditários, ou seja, a mutação foi herdada de um dos pais. Os outros casos são considerados esporádicos, causados por mutações adquiridas ao longo da vida devido a fatores ambientais, de estilo de vida ou hábitos.

Quais são os principais genes relacionados ao câncer de mama hereditário?

Diversos genes podem ter alterações associadas ao câncer de mama, como BRCA1, BRCA2, TP53, CDH1, PTEN, PALB2 e ATM.

Alterações genéticas que causam câncer de mama são herdadas apenas do lado materno?

Não, as alterações genéticas associadas ao câncer de mama podem estar presentes tanto nos homens quanto nas mulheres e podem ser herdadas do pai ou da mãe.


Referências

2 respostas para “Câncer de mama hereditário: conheça os mitos sobre a genética da doença

  1. Avatar de Anita Hermínia Oliveira Souza.
    Anita Hermínia Oliveira Souza.

    Parabéns! Muito boa a revisão. Estou grata..

    1. Avatar de Nathália Taniguti
      Nathália Taniguti

      Olá Anita,
      Agradecemos o seu comentário!

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