Mendleics Indica: O Método Kominsky

A série acompanha dois amigos que se deparam com questões ligadas ao envelhecimento, incluindo o câncer de próstata

Não importa se somos ricos ou pobres, famosos ou desconhecidos: o tempo passa igualmente para todos. Envelhecemos e, a cada nova etapa da vida, encontramos novos desafios e dificuldades. Esse é o tema de “O Método Kominsky“, seriado produzido pela rede de streaming Netflix, que acompanha dois amigos na terceira idade lidando com questões de saúde e morte, família e trabalho.

Protagonista da série, o ator Sandy Kominsky (interpretado por Michael Douglas) se apoia na pequena fama que teve décadas atrás para sustentar seu negócio atual: uma escola para atores, na qual é o único professor. Seu agente, Norman Newlander (interpretado por Alan Arkin), é hoje seu melhor, e talvez único, amigo.

Na primeira das três temporadas do seriado, Norman tenta lidar com a morte de sua esposa e Sandy começa a se deparar com o fato de que já não é mais o galã de cinema que um dia foi. O auge de sua carreira provavelmente já ficou para trás e não voltará. 

Mas o seriado não é apenas dramático: entre discussões sobre temas sérios, “O Método Kominsky” consegue trazer humor e descontração. Aprender a rir de si mesmo e dos próprios problemas é uma das armas fundamentais que os dois amigos de longa data usam para lidar com a chegada da velhice e suas complicações.

 

Câncer de próstata

Entre essas complicações estão os problemas de saúde. Já no terceiro episódio, Sandy vai a um urologista após notar que está urinando com frequência muito maior do que o normal. O médico, comicamente interpretado por Danny DeVito, pede um exame de sangue para verificar os níveis de PSA (prostate-specific antigen, ou antígeno prostático específico, em português). 

O PSA é produzido pela próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino responsável por produzir líquido seminal, fluido que ajuda a transportar e nutrir espermatozoides. Quando os níveis desta proteína estão elevados podem indicar uma inflamação, ou a presença de tumores benignos ou malignos (câncer).

No episódio seguinte, Sandy conta a Norman que fez uma biópsia de sua próstata. Apesar de não falar explicitamente, fica subentendido que os resultados do seu exame de sangue mostraram níveis de PSA mais altos do que o normal. O médico, portanto, suspeitou de um tumor e solicitou uma biópsia.

A biópsia é um exame em que pequenas amostras de tecido são coletadas para confirmar se há realmente um tumor no local e, caso haja, identificar se ele é benigno ou maligno.

No quinto episódio, o urologista de Sandy o informa de que a biópsia confirmou a presença de câncer de próstata. Como o tumor foi detectado de forma precoce, o veterano ator consegue vencer a doença após realizar os tratamentos indicados pelo médico. 

 

Detecção precoce

Infelizmente, o desfecho do câncer de próstata não é o mesmo para milhares de homens ao redor do mundo. Apenas em 2020, o Brasil registrou mais de 66 mil casos novos da doença e 16 mil mortes devido a ela.

A alta taxa de mortalidade se deve muito ao fato de que grande parte dos casos são identificados tardiamente. Para detectar um tumor na próstata de forma precoce e aumentar as chances de cura, exames de rastreamento podem ser realizados. Além do exame de sangue para verificar os níveis de PSA, há também o exame clínico de toque retal, cuja finalidade é avaliar irregularidades e nódulos na próstata, além de estimar seu volume. Para saber mais sobre esses exames e quando realizá-los, consulte um médico.

 

Genética x ambiente

Cerca de 90% dos casos de câncer de próstata são causados por mutações que surgem ao longo da vida e se acumulam nas células (chamadas mutações somáticas). Por isso, a idade é um fator de risco importante para a doença: 75% dos casos surgem em homens com mais de 65 anos. 

Outros fatores de risco incluem a exposição a compostos químicos como aminas aromáticas (comuns nas indústrias químicas), arsênio (usado como agrotóxico), produtos de petróleo, fuligem e dioxinas. O consumo de cigarro e álcool também estão associados a uma chance maior de câncer de próstata.

Aproximadamente 10% dos casos da doença, contudo, são causados por fatores hereditários, ou seja, são passados de geração em geração. Os homens, nesse caso, já nascem com mutações que aumentam suas chances de desenvolver câncer de próstata. 

Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, por exemplo, estão associadas a um risco maior de desenvolvimento da doença. Homens sem alterações nesses genes possuem um risco de 10% de ter câncer de próstata, mas quem possui mutações no BRCA1 tem um risco de até 29%, e no BRCA2 de até 60%

 

Câncer de mama

Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 também estão associados ao câncer de mama e ovário. Mulheres que não têm mutação nesses genes têm, em média, cerca de 7% de chance de desenvolver câncer de mama e 0,5% de desenvolver câncer de ovário. Já em mulheres que têm alterações nesses genes, esses números sobem para 72% e 44%, respectivamente.

Portanto, homens cujas avós, mães ou irmãs desenvolvem câncer de mama ou ovário precisam ficar especialmente atentos ao câncer de próstata.

Para saber se você possui uma dessas mutações, é possível realizar testes genéticos. Para isso, procure um médico e, caso tenha a necessidade de fazer um teste genético, a Mendelics oferece diversos exames, incluindo o Painel de Câncer de Próstata Hereditário, que analisa 40 genes associados ao desenvolvimento da doença.

Informe-se. Abrace sua genética e drible os riscos do câncer!

 

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