Outubro Rosa: conheça a sua história
Outubro Rosa é uma campanha realizada anualmente no mês de outubro onde diversas instituições compartilham informações sobre o câncer de mama com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento. Durante todo o mês de outubro, além das atividades educativas, diversos locais e monumentos públicos no mundo inteiro são iluminados com a cor rosa.
O Outubro Rosa teve início da década de 1990 em Nova Iorque, Estados Unidos, durante o evento “Race For The Cure” (Corrida pela cura), realizado pela primeira vez em 1983, que tinha como objetivo de arrecadar fundos para pesquisas da Fundação Susan G. Komen Breast Cancer Foundation. Na corrida de 91, foram distribuídos laços cor de rosa para os participantes (1, 2).
Nos Estados Unidos, várias outras instituições começaram a realizar eventos para conscientização da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama anualmente, quando enfeitavam a cidade e locais públicos com laços rosa, e sempre no mês de outubro, o que levou a popularização do ‘Outubro Rosa’ no mundo todo (1).
No Brasil, em 2002, ocorreu a primeira ação do movimento com a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista, situado em São Paulo-SP (2). Desde então, todos os anos, diversas ações ocorrem em todo o Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) participa do movimento desde 2010 promovendo eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema (3).
Confira abaixo os principais fatos históricos da causa (Figura 1):
O Câncer de mama: por que é preciso conscientizar?
O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres (sem considerar os casos de câncer de pele não melanoma) no Brasil (4).
Estima-se que 1 em cada 8 mulheres no mundo terão câncer de mama em algum momento de suas vidas.
Em 2018, 59.700 mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama (3) e estima-se 66.280 novos casos de câncer de mama em 2021, no Brasil (5). Além disso, apesar de ser uma doença vista mais comumente em mulheres, 1% dos casos de câncer de mama ocorrem em homens (4).
A detecção do câncer nos estágios iniciais é fundamental para garantir um melhor resultado no tratamento. Quanto mais precocemente um tumor é detectado e o tratamento é iniciado, maior a probabilidade de cura (6).
Por isso, é muito importante conhecer as causas e os riscos associados ao câncer de mama, estar atento (a) aos sinais e ter acompanhamento de um médico.
Quais os fatores de risco ao câncer de mama?
O câncer de mama não tem uma causa única. Diferentes fatores, genéticos e ambientais, contribuem para aumentar o risco de desenvolvê-lo.
A idade é um importante fator de risco, mulheres a partir dos 50 anos estão mais propensas a desenvolver o câncer de mama. Outros fatores ambientais, relacionados a estilo de vida, como sedentarismo e consumo de álcool, também estão associados ao aumento do risco.
Contudo, a predisposição genética é um dos fatores de risco mais bem estabelecidos.
Cerca de 5 a 10% dos casos de câncer de mama são causados por mutações que foram herdadas dos pais (6, 7).
Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam de 46% a 88% o risco de uma pessoa desenvolver a doença em algum momento da vida (6, 7).
Entenda melhor os fatores de risco do câncer de mama genéticos e não genéticos nesse artigo.
Câncer de mama hereditário e a descoberta do gene BRCA1
O gene BRCA1 (Breast Cancer type 1) é um dos principais genes associados ao câncer de mama e ovário hereditário.
A descoberta do BRCA1, em 1991, revolucionou a ciência e a oncologia, mudou a forma como compreendemos o câncer e deu novas perspectivas para o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença.
Hoje sabemos que cerca de 5-10% dos casos de câncer são hereditários e que o BRCA1 não é o único gene de risco, variantes patogênicas no BRCA2, PTEN, TP53, entre outros genes, também estão associados o aumento do risco a câncer de mama.
A descoberta do BRCA1 é mostrada no filme Decoding Annie Parker (Unidas Pela Vida, em português), que conta a história de duas mulheres inspiradoras: Annie Parker, uma mulher que enfrentou o câncer de mama e tornou-se uma das maiores vozes conscientizadoras sobre a doença, e da Dra. Mary-Clarie King, a cientista que identificou o gene BRCA1 e que demostrou, pela primeira vez, que existia uma forma hereditária da doença.
O filme também mostra a importância dos estudos da Dra. Mary-Claire, que durante 17 anos se dedicou a estudar famílias com vários casos de câncer de mama e ovário para tentar identificar a possível causa genética que estaria sendo transmitida entre as famílias.
Conheça o filme Decoding Annie Parker (Unidas Pela Vida) e essa incrível história nessa resenha.
Testes genéticos para câncer de mama hereditário
Hoje, o diagnóstico e as opções de tratamento estão sendo aprimoradas em função do conhecimento sobre a influência genética nos tumores. Entenda mais sobre a genética do câncer nesse artigo.
Testes genéticos analisam o DNA para identificar variantes patogênicas que aumentam o risco para câncer de mama hereditário. Caso seja indicado, eles podem ser aliados no diagnóstico precoce e na avaliação de predisposição genética em pessoas saudáveis com forte histórico familiar da doença.
Os principais testes genéticos para câncer hereditário são os exames de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), como o Painel de Câncer de Mama e Ovário Hereditários, e exames de MLPA. Eles servem para diagnóstico (confirmar se a causa do câncer é hereditária) e para definir procedimentos e tratamentos preventivos, além de servir de alerta para a família do paciente, que deve seguir com medidas preventivas, como aconselhamento genético e acompanhamento médico regular.
Saiba mais sobre quem pode, quando e como realizar um teste genético para câncer hereditário.
Angelina Jolie e o seu impacto nos testes genéticos para câncer de mama
Um caso famoso que ilustra a importância de conhecer os riscos e ter acompanhamento médico foi o da atriz Angelina Jolie, que tinha um forte histórico familiar (mãe, avó e tias maternas tiveram câncer de mama e ovário) e após um teste genético descobriu ser portadora de uma variante patogênica no gene BRCA1, que aumenta o risco de câncer de mama e ovário. Desde então, iniciou-se o “Efeito Angelina” (clique para ler mais) (7).
Pessoas do sexo feminino tem um risco de 7% de ter câncer de mama em algum momento da vida, mas existem fatores de risco que aumentam esse número. Angelina Jolie herdou uma mutação que aumentava o seu risco de câncer.
Existem critérios clínicos e de histórico familiar que auxiliam o médico a compreender se o teste genético pode beneficiar mulheres com câncer de mama ou mulheres saudáveis que desejam se testar.
Conheça os benefícios do teste genético para mulheres com suspeita câncer de mama.
Outubro Rosa na Mendelics
Sabemos que a predisposição genética é um dos fatores de risco mais bem estabelecidos para câncer de mama, com até 10% dos casos sendo causados por mutações herdadas. Por isso, para contribuir com a campanha Outubro Rosa queremos ressaltar a importância dos exames genéticos para famílias com múltiplos casos de câncer.
Abrace Sua Genética!
O autocuidado vai além da mamografia. Nesse #OutubroRosa lembre-se que os exames genéticos são aliados na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama.
A Mendelics oferece vários exames genéticos para câncer hereditário. Converse com um médico de sua confiança e, se houver a necessidade de um exame de diagnóstico genético, entre em contato conosco!
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Referências
- Our Mission – A Promise to End Breast Cancer | Susan G. Komen®. Susan G. Komen®. Published May 27, 2021.
- INCA: Outubro rosa.
- Outubro Rosa.
- INCA: câncer de mama.
- INCA: estimativa de incidência do câncer de mama 2020.
- Breast Cancer Survival Rates
- Hulka, B. S., & Moorman, P. G. (2008). Reprint of Breast cancer: hormones and other risk factors. Maturitas, 61(1-2), 203–213.
- Evans, D.G., Wisely, J., Clancy, T. et al. Longer term effects of the Angelina Jolie effect: increased risk-reducing mastectomy rates in BRCA carriers and other high-risk women. Breast Cancer Res 17, 143 (2015).
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